Seja motivado por questões éticas ou econômicas, o tema da sustentabilidade ambiental e cultural está deixando de ser só um discurso politicamente correto das corporações. Cada vez mais, torna-se uma prática efetiva das empresas, gerando resultados positivos para o meio ambiente, a população e os caixas corporativos.
Em manifesto divulgado 181 CEOs de empresas americanas do porte da Amazon, J.P.Morgan, Apple, Pepsi e Walmart afirmaram que as empresas, e não só os governos e as entidades filantrópicas, são responsáveis pelo bem-estar da sociedade. Isso significa que o poder que estava nas mão dos acionistas tende a ser transferido para as mãos de consumidores, funcionários e fornecedores, além dos interesses da comunidades ao redor da empresa e, é claro, o meio ambiente.
O crescimento exponencial do número de empresas aderindo o grupo chamado de B Corporations (certificadas pelo Sistema B, que propõe pré-requisitos bastante rigorosos do ponto de vista da sustentabilidade) parece atestar para o fato de o mundo dos negócios está em vias de sofrer mais uma grande reviravolta.
Vemos na própria forma de se posicionar do Sistema B Brasil um desafio à estrutura de trabalho estabelecida. Segundo eles, o Sistema B “é motivado por milhares de pessoas que querem trabalhar por um mundo melhor e não apenas por um salário”. A perspectiva de trazer um propósito maior ao trabalho cotidiano pode ser mais mobilizadora e criar maior poder de engajamento do que as formas de incentivo tradicionais.
Para ativar esse potencial, é preciso mais do que um esforço de endomarketing. É necessário estar disposto a promover mudanças reais na mentalidade, na cultura, nos processos e produtos de uma empresa. Desvendar novas formas de se relacionar com fornecedores, parceiros, consumidores e colaboradores. A Symnetics se dedica a essas descobertas trabalhando ao lado de seus clientes e trocando conhecimento com especialistas da área.
Estratégias de Impacto em foco no BIG
Na segunda edição do BIG (Business Insights Group) de 2019 realizado pela Symnetics o tema Estratégias de Impacto 2030 foi abordado. Reuniu representantes da BASF, Goodyear e Indústria Anhembi para discutir essa nova lógica de fazer negócios e aonde ela nos levará nos próximos 10 anos.
Andrea Neusa Mendes, da Anhembi Indústria, Kleber Tammerik, Gerente de Projetos Técnicos da BASF e Fernanda Baré, gerente de Inovação e Novos Negócios da Goodyear contaram um pouco dos planos de suas respectivas organizações para o futuro e compartilharam aprendizados e expectativas com o grupo.
Mais uma vez, o evento teve bastante relevância, reunindo, além dos palestrantes, outras figuras de destaque no cenário corporativo brasileiro. O Valor Econômico dedicou uma matéria ao tema da adoção de critérios e práticas mais sustentáveis, e fez referência ao BIG e os pontos de vista ali expostos. Confira a matéria completa nesse link.
Perguntas que movem ideias
- De que forma a empresa tem contribuído para os ODS e mudanças climáticas?
- Que tipos de parcerias público, privadas e sociais tem sido articuladas para executar estas estratégias?
- O que se espera atingir de resultados até 2030 adotando uma estratégia de impacto: imagem da marca, market share, resultado financeiro, entre outros?
Estimulados por essas perguntas e mediados por André Coutinho, os participantes desta edição do BIG puderam refletir junto com os palestrantes e participar do debate, onde os temas mais recorrentes foram: economia circular, programas de capacitação, reciclagem, coleta e descarte racional de resíduos.
Foram exercitados insights sobre aplicação de estratégias de impacto a partir de 3 eixos de reflexão:
- Utilizando o mapa dos ODS onde estão as áreas de oportunidade externas para unir objetivos econômicos, sociais e ambientais?
- Quais as barreiras internas na organização para avançar com uma estratégia de impacto e como elas poderia ser superadas?
- Como a empresas podem articular mais influência (advocacy) e parcerias com outros agentes para gerar impacto?
Entre os questionamentos que surgiram, poucas certezas puderam ser afirmadas, mas uma coisa é certa: o mercado brasileiro ainda está distante de oferecer boas condições para viabilizar negócios neste novo formato. Seja por questões de demanda do mercado, tributárias, legais ou tecnológicas, estabelecer uma empresa sólida dentro e um perspectiva mais sustentável (social, econômica e ambientalmente) ainda é um grande desafio no contexto nacional. Ainda assim, ao que tudo indica, é uma porta que se abre para novas oportunidades de negócio e uma relação mais produtiva entre as empresas, as pessoas e o meio ambiente.
Você também pode assistir aos vídeos dos palestrantes, no canal da Symnetics no YouTube.